Teca em ébano, cristais lapidados, cabeças de querubins e abelhas (tábanos) em prata repuxada e cinzelada e cobre dourado.

As relíquias dos santos sempre representaram um papel fundamental na fé e na devoção ao longo da história. A ampla difusão do culto à Virgem, aos apóstolos e aos santos desenvolvidos ao longo dos séculos, tanto ao nível das igrejas locais quanto da devoção privada, também produziu um fenômeno colateral, quase "colecionável", especialmente por parte de expoentes laicos e eclesiásticos influentes. A necessidade de uma conservação segura das relíquias e a exigência de deixá-las visíveis ao culto público dos fiéis tornou necessário fornecer recipientes especiais que, em muitos casos, se tornaram autênticas obras-primas da ourivesaria. O presente relicário em forma de urna, em ébano, cristais lapidados, decorado com arabescos, com cabeças de querubins e abelhas (tábanos) em prata repuxada e cinzelada e cobre dourado, assente sobre oito pezinhos em forma de cebola, é um exemplo valioso. A presença das abelhas ou tábanos, emblema da família Barberini, identifica na influente família nobre a encomenda da nossa teca. Ela costumava encomendar a joalheiros e marceneiros famosos cofres refinadíssimos para as relíquias da sua devoção pessoal, mas também para oferecer como presente a importantes representantes da aristocracia e a eclesiásticos influentes. Proveniência confirmada com a publicação em Disegni, argenti e argentieri dall’archivio Barberini, F. Barberini e M. Dickmann, Biblioteca Apostolica Vaticana, 2021. Dimensões: 34,5 x 23 x 22 cm